A desmoralização, corrói o nosso corpo e alma como ácido.Sentimo-nos inúteis, sem ânimo, incapazes de agir , de rir, de procriar...de viver. Sentimo-nos permanentemente tensos, não conseguimos relaxar, descansar.Não dormimos ou se o fazemos é à base de químicos e então entregamo-nos ao sono como se daí viesse a nossa salvação. Apesar de dormirmos muito sentimo-nos contudo, permanentemente cansados e esgotados. Passamos o tempo a caminhar do trabalho para casa, e aqui, não temos ânimo para nada.Há quem se refugie na comida e então o frigorífico passa a ser a tábua de salvação.Outros deixam de comer e então instalasse a irritabilidade, porque o organismo como corpo vivo que é, reage contra nós. Por vezes tentamos realizar coisas divertidas, escrever, ler livros que nos façam rir, ir ao cinema ver uma comédia, mas estamos presentes apenas em corpo, não em espírito.Não gostamos de nada, e parece que ninguém gosta de nós.Refugiamo-nos também em programas de televisão, vendo-os sem contudo nada ver.Lemos livros,revistas, jornais, no qual não estamos absolutamente interessados.Tudo parece passar ao nosso lado.Sentimos que cada dia que passa é pura perda de tempo, pois nada produzimos que possa ser considerado valioso.Choramos, por qualquer coisa, deixamos de rir, de gostar de nós e por fim começamos a não gostar dos outros. O outro, tenta animar-nos, arribar-nos, levar-nos para cima. Fingimos que nos sentimos mais animados,para não desiludir quem com tanto cuidado tenta olhar por nós. Por fim, damos conta que a cura tem de vir de dentro, do fundo do nosso ser, que os medicamentos, os químicos ajudam, mas não curam, a cura tem que ser procurada em algo, que não sabemos bem o que é, mas que está dentro de nós e, lentamente vamo-nos reerguendo para a vida.Olhando para trás, difícilmente sabemos dizer qual foi o mecanismo que nos fez reviver, talvez tenha simplesmente sido, a nossa vontade intrínseca de ser felizes e largar esse desânimo e essa tristeza que caiu sobre nós como um peso infinito.Então, lentamente rastejamos para fora desse manto negro e tornamos a ver a luz do sol.
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