Jacques-Louis David nasceu em Paris em 1748 e morreu em Bruxelas em 1825. Era membro de uma próspera família parisiense. Quando tinha nove anos o seu pai foi morto num duelo a sua mãe entregou-o aos cuidados de uns tios abastados, que providenciaram para que ele tivesse uma educação primorosa no Collège des Quatre-Nations, mas ele jamais foi um bom aluno, pois sofria de um tumor na face que lhe afetava a fala, e por isso passava o tempo a desenhar. Desejava ser pintor, contrariando os planos da sua mãe e tios, que queriam que ele fosse arquitecto. Vencendo a oposição, tornar-se aluno de François Boucher, seguidor do rococó e o principal pintor da sua geração e que era também seu parente distante. Mas Boucher, em vez de aceitá-lo como discípulo, enviou-o para aprender com Joseph-Marie Vien, um artista que já trabalhava numa linha classicista. Esse facto fez com que J.L.David ingressasse então na Academia Real de Artes.
Tentou o Premio de Roma por quatro vezes, sendo em todas preterido. Depois do quarto fracasso iniciou uma greve de fome, mas não a levou ao cabo, por manifesta falta de força de vontade. Finalmente em 1774 teve sucesso, dirigindo-se a Roma para ingressar na Academia de Roma, e a ajuda do professor Vien poupou -o de um estágio preliminar em outra escola, o que era uma praxe. Lá executou inúmeros desenhos e esboços das ruínas da cidade histórica, material que o proveu de inspiração para as arquiteturas das suas telas ao longo de toda a vida. Estudando os antigos mestres, sentia uma predileção por Rafael, e ao visitar as ruínas de Pompéia ficou maravilhado. A sua convivência com os colegas na Academia de Roma não era fácil, mas em geral era-lhe reconhecido o gênio. Depois de cinco anos na capital italiana voltou a Paris, onde teve uma recepção calorosa, que lhe abriu as portas da Academia Real, para onde enviou duas pinturas de admissão, ambas incluídas no Salão de 1781, uma honrosa excepção aos critérios rígidos que norteavam o concurso. O seu sucesso precoce rendeu-lhe a hostilidade de membros da administração da Academia, mas teve o favor real de poder instalar-se no Louvre, um privilégio concedido somente aos grandes artistas. Ao mesmo tempo desposou Marguerite Charlotte, filha do administrador do palácio, M. Pecol, casamento que lhe trouxe dinheiro e quatro filhos. Já com muitos alunos, recebeu a encomenda do rei para pintar Horácio defendido por seu pai, mas ele argumentou que só em Roma poderia pintar romanos, e conseguiu deste seu padrinho os recursos necessários para a viagem.
Novamente na cidade eterna, David pintou O Juramento dos Horácios (1784), uma de suas primeiras obras-primas, cuja novidade maior foi a clara caracterização dos papéis masculinos e femininos, seguindo preceitos de Rousseau, e o elogio de ideais patrióticos republicanos, temas que continuaria a abordar por muito tempo. Apesar do seu tratamento linear e cerebral, conseguiu obter um grande efeito dramático. Ainda em Roma o pintor acalentou a ideia de tornar-se o Director da seção da Academia Francesa naquela cidade, mas alegando-se a sua pouca idade, o seu desejo foi recusado.
A sua próxima obra de vulto foi A Morte de Sócrates (1787), exibida no Salão de 1787, que foi comparada a criações imortais de Michelangelo e Rafael. Diderot qualificou-a de "absolutamente perfeita", e obteve igualmente a aprovação real.
Napoleão e J.L.David admiravam-se mutuamente. David desde o primeiro encontro ficara impressionado com o então general, e quando este subiu ao tronoJ.L. David pediu a Napoleão que o deixa-se retratar. Pintou então Napoleão no dia da sua coroação, nas bodas com Josefina, outra grande composição, e de novo na Passagem dos Alpes, montado um fogoso cavalo. Por sua vez, Napoleão o indicou-o como pintor oficial da corte, e pediu que ele o acompanhasse na campanha do Egipto, mas o pintor recusou, alegando que era velho demais para aventuras, e enviou em seu lugar um de seus estudantes, Antoine-Jean Gros.
Quando a monarquia Bourbon foi restaurada J.L.David foi um dos proscritos. Contudo Luís XVIII concedeu-lhe uma amnistia e até ofereceu-lhe uma posição na corte, mas David recusou, preferindo o auto-exílio em Bruxelas. Lá pintou Cupido e Psiquê, vivendo tranqüilamente com a sua esposa, e dedicando-se a composições em pequena escala e a retratos. A sua última grande criação foi Marte desarmado por Vênus e as três Graças, terminada um ano antes de sua morte. Deixou expresso que desejava que a obra fosse o seu testamento artístico. Exposta em Paris, reuniu uma multidão de admiradores.
Faleceu depois de ter sido atropelado por um carro na saída do teatro, em 29 de Dezembro de 1825. O seu espólio foi vendido, mas as pinturas remanescentes obtiveram baixos valores. Devido às suas atividades revolucionárias o seu corpo foi impedido de retornar à pátria, e foi sepultado no cemitério Evere, em Bruxelas. O seu coração, porém, repousa no cemitério Père Lachaise, em Paris.
Tentou o Premio de Roma por quatro vezes, sendo em todas preterido. Depois do quarto fracasso iniciou uma greve de fome, mas não a levou ao cabo, por manifesta falta de força de vontade. Finalmente em 1774 teve sucesso, dirigindo-se a Roma para ingressar na Academia de Roma, e a ajuda do professor Vien poupou -o de um estágio preliminar em outra escola, o que era uma praxe. Lá executou inúmeros desenhos e esboços das ruínas da cidade histórica, material que o proveu de inspiração para as arquiteturas das suas telas ao longo de toda a vida. Estudando os antigos mestres, sentia uma predileção por Rafael, e ao visitar as ruínas de Pompéia ficou maravilhado. A sua convivência com os colegas na Academia de Roma não era fácil, mas em geral era-lhe reconhecido o gênio. Depois de cinco anos na capital italiana voltou a Paris, onde teve uma recepção calorosa, que lhe abriu as portas da Academia Real, para onde enviou duas pinturas de admissão, ambas incluídas no Salão de 1781, uma honrosa excepção aos critérios rígidos que norteavam o concurso. O seu sucesso precoce rendeu-lhe a hostilidade de membros da administração da Academia, mas teve o favor real de poder instalar-se no Louvre, um privilégio concedido somente aos grandes artistas. Ao mesmo tempo desposou Marguerite Charlotte, filha do administrador do palácio, M. Pecol, casamento que lhe trouxe dinheiro e quatro filhos. Já com muitos alunos, recebeu a encomenda do rei para pintar Horácio defendido por seu pai, mas ele argumentou que só em Roma poderia pintar romanos, e conseguiu deste seu padrinho os recursos necessários para a viagem.
Novamente na cidade eterna, David pintou O Juramento dos Horácios (1784), uma de suas primeiras obras-primas, cuja novidade maior foi a clara caracterização dos papéis masculinos e femininos, seguindo preceitos de Rousseau, e o elogio de ideais patrióticos republicanos, temas que continuaria a abordar por muito tempo. Apesar do seu tratamento linear e cerebral, conseguiu obter um grande efeito dramático. Ainda em Roma o pintor acalentou a ideia de tornar-se o Director da seção da Academia Francesa naquela cidade, mas alegando-se a sua pouca idade, o seu desejo foi recusado.
A sua próxima obra de vulto foi A Morte de Sócrates (1787), exibida no Salão de 1787, que foi comparada a criações imortais de Michelangelo e Rafael. Diderot qualificou-a de "absolutamente perfeita", e obteve igualmente a aprovação real.
Napoleão e J.L.David admiravam-se mutuamente. David desde o primeiro encontro ficara impressionado com o então general, e quando este subiu ao tronoJ.L. David pediu a Napoleão que o deixa-se retratar. Pintou então Napoleão no dia da sua coroação, nas bodas com Josefina, outra grande composição, e de novo na Passagem dos Alpes, montado um fogoso cavalo. Por sua vez, Napoleão o indicou-o como pintor oficial da corte, e pediu que ele o acompanhasse na campanha do Egipto, mas o pintor recusou, alegando que era velho demais para aventuras, e enviou em seu lugar um de seus estudantes, Antoine-Jean Gros.
Quando a monarquia Bourbon foi restaurada J.L.David foi um dos proscritos. Contudo Luís XVIII concedeu-lhe uma amnistia e até ofereceu-lhe uma posição na corte, mas David recusou, preferindo o auto-exílio em Bruxelas. Lá pintou Cupido e Psiquê, vivendo tranqüilamente com a sua esposa, e dedicando-se a composições em pequena escala e a retratos. A sua última grande criação foi Marte desarmado por Vênus e as três Graças, terminada um ano antes de sua morte. Deixou expresso que desejava que a obra fosse o seu testamento artístico. Exposta em Paris, reuniu uma multidão de admiradores.
Faleceu depois de ter sido atropelado por um carro na saída do teatro, em 29 de Dezembro de 1825. O seu espólio foi vendido, mas as pinturas remanescentes obtiveram baixos valores. Devido às suas atividades revolucionárias o seu corpo foi impedido de retornar à pátria, e foi sepultado no cemitério Evere, em Bruxelas. O seu coração, porém, repousa no cemitério Père Lachaise, em Paris.
O quadroa acima exposto "A Morte de Sócrates",narra os últimos instantes vida deste filósofo ateniense fundador da Ética e mestre de Platão.Acusado pelo governo de impiedade para com os deuses e de corromper menores, foi condenado no ano de 399 a.C. a beber cicuta, um veneno mortal.Com o objectivo de impedir a sua morte, os seus dilectos discípulos tentaram convencê-lo a escapar para fora de Atenas.Sócrates negou-se, respondendo que a sentença que o povo tinha decidido era inviolável para ele. J.L.David, nesta obra retrata então este momento antes da morte do filósofo, quando Sócrates faz um longo discurso sobre Imortalidade da Alma, que Platão narrará nos seus escritos, principalmente na sua magistral obra denominada de Fédon.
O filósofo aparece meio deitado sobre o triclínio, romanização de uma cena grega, enquanto se prepara para pegar no Kylix, que contém a cicuta, com uma mão. Com a outra aponta para o céu, onde residem as almas imortais, enquanto continua o seu discurso.À sua volta estão os discípulos, alguns em atitude de desespero.A personagem algo misteriosa , vestida de branco e que se encontra aos pés do triclínio, parece estar bastante abatida, julga-se que seja Platão.Absorto nas reflexões do mestre, evita o dramatismo. Os papiros aos seus pés podiam aludir aos seus escritos sobre a alma, como a sua obra Fédon.Ao fundo, vê-se Xantipa, que se retira acompanhada pelos filhos de Sócrates.
Esta obra é talvez, a que melhor representa a corrente neoclássica francesa do século XVIII. Isso pode ser comprovado nas atitudes e hábitos das figuras derivadas da observação de relevos e esculturas clássicas.
A obra que aqui vemos é então denominada de "A Morte de Sócrates", foi realizada por J.L.David em 1787, é Óleo sobre tela, tem 1.30x1.96 e pode ser vista no Metropolitan Museum of Art em Nova Iorque.
1 comentário:
imparato molto
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