Penso que este Custódia Partilhada do realizador francês Xavier Legrand, é seguramente um dos melhores filmes em cartaz nos nossos cinemas.
É o segundo filme deste realizador e é uma obra cinematográfica absolutamente incrível de verídica, sobre os meandros da violência doméstica.
O que ali vemos é o modus operandi de um ser absolutamente execrável (prestação muito bem conseguida do actor Denis Ménochét ) que não aceitando a separação da mãe dos filhos ( fabulosa Léa Drucker) tudo fará para a ter de novo, não se importando de se servir do filho (incrível Thomas Gioria) para a atingir, tudo isso num crescendo de violência que nos deixa pregados à cadeira.
Ver esse personagem a agir é ver o que de pior pode ser humano e o mais terrível é sabermos que aquilo pode acontecer em qualquer lar.
É um filme que acaba por também ser um verdadeiro terror realista, terror esse que quotidianamente nos entra pelas televisões adentro, onde em pleno século XXI vemos seres humanos a comportarem-se como autênticos animais julgando-se donos e senhores das mulheres, dos filhos e não hesitando em matar para conseguir os seus mais básicos instintos, que é apropriação do outro pela força.
Este Custódia Partilhada é um notável murro no estômago sobre a violência domestica e como isso pode paulatinamente levar à destruição de uma criança indefesa sobre o jugo de um progenitor abusivo e totalmente psicótico.
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