MaryCassat-Crianças Brincando na Praia |
No meio disto tudo, ele tentava ensinar-lhes modos de comportamento social, neste caso o modo de estar num restaurante algo que elas iam interiorizando lentamente. Quando me apanhei sozinha, dei por mim a pensar que o carácter intencional da aprendizagem é uma
característica particular do ser humano. Este caracteriza-se, simultaneamente,
pelo seu dinamismo, ao estar sempre em mutação e procurar novas informações
para a aprendizagem. É ainda criador, ao procurar novos métodos que permitam a
melhoria da própria aprendizagem, por exemplo, pela tentativa e erro. Uma das meninas depois do almoço quis andar num parque que havia no centro comercial onde nos encontrávamos e verifiquei que no inicio ela teve alguma dificuldade em entrar por um tunelzinho que lá havia tentando ir atrás da irmã mais velha. Contudo, ao fim de pouco tempo e depois de algumas tentativas falhadas, lá conseguiu entrar para o mesmo e dali escorregar sem grande dificuldade. Assim, podemos observar que para desenvolvermos o nosso processo de aprendizagem, todos nós seres seres humanos necessitamos de estímulos externos (neste caso o querer imitar a irmã que se estava a divertir) e internos, como a motivação e a
necessidade. Este processo provoca uma transformação qualitativa na estrutura
mental daquele que aprende, sendo, por isso, um processo pessoal que envolve a
totalidade da pessoa.
Por isso as crianças devem brincar, mexer em objetos, pintar, criar puzzles, para através desses mesmos objetos desenvolverem não só coordenação motora mas conseguir superar as dificuldades inerentes a qualquer nova aprendizagem.
Deste modo durante a aprendizagem, ocorre a interiorização
de uma série de comportamentos e capacidades intelectuais, a aquisição de novos
conhecimentos e o desenvolvimento de competências. Verifica-se também assim a alteração de conduta de um indivíduo, em que as informações adquiridas podem
ser absorvidas através de técnicas de ensino ou pela mera aquisição de
hábitos, como por exemplo lavar as mãos antes das refeições, escovar os dentes ao levantar-se da cama, etc.
Graças à capacidade para aprender, o ser humano
consegue uma melhor adaptação ao meio que o rodeia, verificando-se que a maior
parte da aprendizagem que o homem adquire é consequência da imitação de outras
pessoas, como era aqui o caso de uma das crianças em relação à outra. Nessas idades verifica-se que os irmãos, os pais, os primos, os amigos tornam-se "alvos" preferências para a imitação da criança e se a mesma não tiver bons "alvos" a sua aprendizagem tornar-se-á deficitária visto o modelo a seguir ser um modelo errado. Isso poderá prejudicar o individuo para sempre a menos que o mesmo consiga superar esses modelos arranjando outros mais em consonância com aquilo que a sociedade lhe exige.
Há que também haver motivação para a aprendizagem. Uma criança se for bem motivada aprenderá muito melhor e mais depressa e sobretudo aprenderá com satisfação, assim como a diversidade da informação. Qualquer individuo e em especial uma criança gosta de diversificar a sua aprendizagem. Se a mesma for repetitiva, maçadora, assustadora e até impaciente, este tende a afastar-se e com mais razão o fará uma criança que ainda não adquiriu os mecanismos básicos para um foco naquilo que tem de aprender.
O estado emocional de um individuo também vai influenciar o modo como este aprende uma vez que existe uma propensão para recordarmos melhor os acontecimentos que se encontram associados a experiências especialmente felizes, tristes ou dolorosas. Além disso, também nos lembramos melhor dos acontecimentos quando estamos atentos, o que significa que o interesse reforça a aprendizagem. Deste modo, compreende-se que o processo de aprendizagem é de suma importância para o estudo do comportamento do ser humano e ela deve verificar-se desde tenra idade.
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