Foi com genuíno prazer que vi esta novíssima obra do realizador Roman Polanski de seu nome A Partir de uma História Verdadeira.
O filme é uma adaptação ao grande ecrã da obra homónima da escritora francesa Delphine de Vigan, vencedora do Prémio Renaudot (2015), um dos mais importantes prémios franceses de literatura.
Por sua vez, o argumento deste thriller psicológico, foi escrito por Polanski (Repulsa/ O Escritor Fantasma/O Deus da Carnificina/ Vénus de Vison...) em parceria com o grande Olivier Assayas e o filme foi apresentado fora de competição no Festival de Cinema de Cannes 2017.
Tendo o espetador de estar com imensa atenção ao que se passa no ecrã, pois nada é o que parece, o que ali vemos é a história de Delphine, uma escritora profissional que durante uma sessão de autógrafos do seu novo livro conhece uma elegante e sofisticadíssima mulher (a sempre espantosa Eva Green) que se diz sua confessa admiradora e que de um momento para o outro se insinua na sua vida acabando por dominá-la por completo, numa relação a dois cada vez mais estranha e doentia.
O espetador vai de surpresa em surpresa, de estranheza em estranheza das situações até ao fim, e penso que a interpretação desse mesmo fim ficará a cargo de cada um de nós, visto o realizador não dar muitas pistas para tal, a exemplo do que acontece no livro.
Eu cheguei a uma conclusão e quem ia comigo a outra. Amei o filme do principio ao fim e sem querermos acabei por fazer uma ligação direta ao Escritor Fantasma, filme também deste realizador, posto que o que ali vemos são as dores,torpezas e zonas sombrias da criação literária, sendo que aqui neste seu último filme essas dores e zonas sombrias são levadas até ao limite extremo.
Um excelente filme feito por um grande realizador, com uma fantástica Emmanuelle Seigner, uma espantosa Eva Green e o sempre seguro Vincent Perez. Imperdível!
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