Curiosidades!

segunda-feira, dezembro 30, 2013

Bom Ano de 2014

A UM dia de 2014, venho desejar a todos os meus leitores que este ano que se segue seja bem melhor do que foi o anterior...é sempre assim desejamos que o que entra seja melhor do que o que passou. Como não quero fugir aos clichés da época cá vai:
 
FELIZ ANO DE 2014
TUDO DE BOM!

sexta-feira, dezembro 27, 2013

Algumas Fotos de 2013

Com o ano de 2013 a acabar, aqui vai algumas fotos da Reuters, que marcam em instantes o nosso mundo.

segunda-feira, dezembro 23, 2013

BOAS FESTAS


Para todos os meus leitores venho desejar um FELIZ NATAL cheio de saúde, paz e muita alegria.

sábado, dezembro 21, 2013

Giorgione-A Adoração dos Pastores

Continuando a abordar aqui obras de cariz religioso e que têm a ver com a quadra que atravessamos, hoje trago-vos uma obra atribuída a Giorgione, denominada de A Adoração dos Pastores.
A autoria desta obra foi e tem sido muito discutida.
Há quem a considere uma obra de Giorgione, mas também há quem ache que a mesma  é de Bellini ou de Ticiano e que os mesmos a teriam realizado na sua juventude. No entanto as investigações mais recentes identificam a obra  como sendo de facto de Giorgione, pintor italiano nascido em  Castelfranco em  1477 , tendo falecido em  Veneza em  1510.
Conhecido como  Giorgione o seu nome era Giorgio Barbarelli da Castelfranco.
Giorgione  foi um pintor do Renascimentoo tendo  morrido com apenas 33 anos.
Apesar de ter falecido muito novo deixou uma obra  de alta qualidade e grande influência no seu tempo.
Nesta sua bonita e singela obra, vemos uma gruta escura que serve de moldura para albergar a Virgem, o Menino e São José, realçando-se as personagens pelo colorido do seu vestuário e pela luz que recebem. O mesmo não acontece com os animais do fundo da gruta que entrevemos com dificuldade na escuridão.
Giorgione representa o momento em que alguns pastores com roupas muito pobres param para adorar o Menino. Todas as personagens rodeiam o recém nascido, envolvendo-O no centro de um círculo que O agasalha. Uma atmosfera espiritual é transmitida através da prece dos presentes, bem como pelos pequenos querubins que se vêem sobre a rocha abrupta.À esquerda, uma deliciosa paisagem cheia de luz e frescura poderia identificar-se com a zona de Veneto terra natal do pintor.
Pequenos edifícios e personagens humanizam-no, embora mais não sejam do que pormenores que servem de apoio à cena principal que se desenrola em primeiro plano na imagem.
Um horizonte cheio de luz esbate em tons azulados e cinzentos as colinas do fundo da paisagem, imprimindo maior profundidade à cena. O tratamento naturalista da planície, com os seus contrastes luminosos, anima a composição e confere-lhe uma ampla perspetiva. Por sua vez os rostos, de perfil, e o olhar baixo de São José e da Virgem revelam a meditação em silêncio perante o milagre do acontecimento. Nas suas feições e vestes, aprecia-se a importância linear do traço aprendido com o mestre Bellini , no que respeita à cor e ao traçado.
Esta singela ,despojada, mas contudo muito  interessante obra denominada de "A Adoração dos Pastores" (1505/1510) é um óleo sobre Madeira e pode ser vista no National Gallery of Art em Washington.

A Propósito de Llewyn Davis


Ainda não o vi, mas estreou esta semana o novo filme dos irmãos Coen. Como esta dupla é uma das minhas preferidas a par dos manos Andy Wachowski, Lana Wachowski, e como quem já viu o filme fala muito bem dele e como o mesmo está bem lançado na corrida aos Óscares, deixo aqui o trailer deste A Propósito de Llewyn Davis, como sugestão de cinema para este fim de semana.
 

terça-feira, dezembro 17, 2013

Jean Bautista Maino-Adoração dos Pastores

Chegados agora quase ao Natal, irei colocar aqui alguns posts referentes a obras de pintores que consagraram muita da sua energia na criação de obras de cariz religioso. Grande apreciadora desse tipo de obra não pelo conteúdo em si, mas sim pela mestria, cor, pormenor e carinho colocado em muitas dessas pequenas obras primas, irei começar por esta obra de Jean Bautista Maino intitulada de "A Adoração dos Pastores".
A obra que aqui aparece é uma das obras principais deste pintor que se incluía no retábulo maior do Convento Dominicano de São Pedro, Mártir de Toledo, onde o autor viveu como monge. A composição está baseada numa sobreposição escalonada de planos, onde são apresentados os diferentes personagens. Deste modo, no plano central encontra-se a Virgem com o Menino, acompanhados por São José, que beija com ternura a mão do Menino, e para o qual um pastor se dirige respeitosamente com oferendas. Atrás de um muro baixo, uma vaca e um burro contemplam a cena. A nova mentalidade da contra reforma ignorada por El Greco, cuja arte era mais inteletual, reflete-se nesta obra, através de personagens com os quais o povo se poderia identificar. São José parece um camponês, os pastores parecem humildes trabalhadores arrancados à realidade, e os anjos situados em planos superiores, poderiam ser crianças comuns que  habitualmente, corriam pelas ruas das povoações. Trata-se de uma obra repleta de personagens e impregnada de um grande realismo. Os contrates luminosos criam grandes zonas de sombra, que se alternam com zonas de luz dourada que ilumina a cena.Essa iluminação é bem visível nos principais protagonistas. A Virgem, o Menino e São José, estão muito iluminados e encontram-se vestidos com roupas de tons coloridos, que relembram obras de artistas italianos com Artemísia Gentileschi.
O pastor do primeiro plano, algo cansado de uma longa viagem, descansa exausto junto à cena principal, com as oferendas que irá dar ao menino representadas através de uma pequena natureza morta.Podemos ainda apreciar aqui nesta tela o excelente trabalho de anatomia, revelando grande influência italiana na obra deste artista espanhol.
Esta tela "A Adoração dos Pastores", que é um óleo sobre tela tem as dimensões de 3.15x1.74cm e foi realizada por volta de 1611/1613.

O Grande Mestre

Assim que eu soube que um filme de um dos meus realizadores favoritos estava em cartaz pus-me no cinema em meia hora. O filme é "O Grande Mestre" do realizador chinês Kar Wai Wong
Sendo 'Disponível para Amar' um dos meus filmes favoritos e realizado pelo mesmo e tendo seguido atentamente a sua restante filmografia foi assim com prazer que fui ver esta sua última obra.Para mim, este O grande Mestre não é um filme de artes marciais no sentido a que nós damos a esse tipo de filmes. As fabulosas e ímpares cenas de combate à chuva, à neve ou dentro de um bordel, estão lá mas o que por detrás delas é uma coreografia única aliada a diálogos muito curtos mas muito bons, a actores em estado de graça e por onde perpassa a melancolia a guerra, a miséria, o orgulho e o amor nunca consumado já visível no Disponível para Amar, e que só este realizador consegue dar aquele toque especial, irrepetível , tornando-se quase a sua marca registada. A personagem feminina  Ziyi Zhang, fabulosa como sempre, transportado sempre com ela uma áurea de tragédia consumada no provérbio,'quando vais a procura de vingança cava sempre duas sepulturas'.
Traçando a história da China durante os anos da ocupação chinesa, vamos conhecendo a ascensão deste Ip Man,Tony Leung grande mestre,  conhecido por ter sido professor de artes marciais de Bruce Lee, um homem que pautava a sua vida pela entrega total a códigos de honra e de conduta únicos. Um filme  lindo, com imagens únicas onde os pequenos pés daquelas mulheres e os olhares daqueles homens, nos fazem sentir esta arte única que é o cinema e onde Kar Wai Wong, tem já colocada a sua marca.Fabuloso!

quarta-feira, dezembro 11, 2013

Nadir Afonso

Nadir Afonso nasceu a 4 de Dezembro de 1920 e morreu hoje com 93 anos de idade. Tendo passado a sua  infância na cidade de Chaves, sua cidade natal, Nadir Afonso foi viver mais tarde para o Porto onde estudou arquitectura na Escola de Belas-Artes. Estudou também em França na escola de Beaux Arts, travando neste país conhecimento com alguns dos artistas da vanguarda internacional. Trabalhou também no brasil,com o grande arquitecto Niemeyer mais concretamente em São Paulo.  Entre 1952/54 Nadir Afonso decide abandonar definitivamente a arquitectura para se dedicar apenas e só à pintura, conseguido que as suas obras fossem expostas nas mais conceituadas galerias, nomeadamente em França.
Talvez devido à sua formação na arquitectura Nadir Afonso sempre criou obras muito lineares, sobressaindo  sempre rectas de linhas extremamente geométricas  de uma perfeição  ímpar.








São linhas  muito sóbrias, e onde a tonalidade do azul,  do vermelho e do amarelo  realçam-se sobre um fundo claro. São telas cuja luminosidade atraem o nosso olhar e dá vontade de nos quedarmos perante elas num silêncio reverencial.
Sendo uma obra muito cosmopolita, ela estende-se por várias cidades do mundo, existindo em Portugal telas de Nadir Afonso espalhadas um pouco por toda a parte. É um artista do mundo aquele que faleceu hoje, cuja obra  é única na sua candura, perfeição e harmonia.

sexta-feira, dezembro 06, 2013

Um Homem Bom

Nelson Rolihlahla Mandela
1918-2013
Excepcionalmente um Homem Bom.
Um belo exemplo para o Continente Africano que infelizmente não fez, não faz e penso que não fará escola.
 Uma pena!
Paz à sua Alma

Uma Bela Constipação

A constipação e é das coisas mais incómodas que um ser humano pode sentir, exceptuando os dias em que as mulheres estão com o período menstrual. Ela pega-se através de outras pessoas, ou por resfriados, ou por estarmos sujeitos a correntes da ar, sítios húmidos, passarmos de ambientes frios para quentes e vice-versa, estarmos fragilizados, mal agasalhados, enfim...não faltam motivos e justificações. O mais engraçado é que quando a temos surge a pergunta inevitável: onde apanhaste isso? A vontade e dizer é:Não a  apanhei ela é que me apanhou, pois ninguém quer apanhar essa coisa e muito menos eu que a tenho há 3 dias e ando doidona com ela.
 Pinga o nariz, sentimos todas/os entupidas/os, não há lenço de papel que chegue, bebemos litradas de chá, ingerimos colheradas e colheradas de mel, bebemos leite com mel, até à náusea, tomamos comprimidos, agasalhamo-nos imenso, queremos é estar na caminha todo o dia, estamos irritadiços e quando já julgamos que atingimos o nosso ponto, acordamos com febre e vimos que a coisa não melhorou, mas descambou isso sim para uma bela gripe!
 Eu estou nesse ponto, no ponto do descarrilanço para a gripe. Ontem tinha uma consulta que não tinha a ver com a maldita constipação/gripe , mas aproveitei para pedir ao médico tudo e mais alguma coisa para o raio da gripe , mas que não incluísse os incontornáveis antibióticos.
Ele muito amoroso, lá me deu um anti-estamínico e umas gotas  para o nariz que está todo entupido. Dormi melhor, mas ainda estou muito entupida e sem cheiro algum. Eu quando estou assim com constipação/gripe/horror, fico sem cheiro logo, loguinho. Bem pode a casa pegar fogo que a menos que eu veja o fumo, não o sinto. Passo a viver num mundo sem cheiros e a sensação é horrível de facto só damos conta da importância de pequenos nadas que nos rodeiam, quando os deixamos de ter. A comida é ingerida sem sentir qualquer saber, vou à rua e tudo passa por mim roçando à indiferença, porque não estou em mim, falta algo de mim e dou conta que tenho apenas 4 sentidos que sem o outro, como que também entram em falência. O que vejo não me impressiona, o  que oiço não me agita o que como não me satisfaz. Anseio para que me cure rapidinho, porque quero voltar a mim mesma. O apetite vai-se, passamos pelas comidas sem vontade de as consumir e  pelas pessoas sem vontade de com elas socializarmos. Estou no pico da minha gripe e se não fosse por ter as malditas e infindáveis obras em casa estaria na cama, tapada até às orelhas hibernando como um urso. Mas, não posso fazê-lo, posto que agora estou na fase da colocação de cimento nas paredes, para tapar os canos novos que foram colocados. Depois vem a vez do 'reboco' (parece que é assim que se diz), depois a fase do 'lixar' as paredes e lixar-me a vida, depois a fase das pinturas, depois vem o chão e se Deus quiser lá para Janeiro terei a de novo a minha rica casinha tal como a conheço, pois apesar de ter pedido ao Pai Natal que como prenda me desse a casa arranjadinha no dia de Natal, ele escreveu-me a dizer que o que eu pedia era típico do delírio febril das que como eu estão imersas numa tremenda gripe. E com isso arrumou-me a um canto!    

Alentejo


No Alentejo há sempre Tempo para Tudo! Filme de promoção ao Alentejo, muito bem feito. Parabéns a quem o realizou.

segunda-feira, dezembro 02, 2013

Félix E.Vallotton-Banhista ou a Fonte

Félix Edouard Vallotton, pintor e gravurista  suíço (1865/1925), figura muito conhecida pelo incremento que deu à xilogravura moderna , criou ao longo da sua vida obras muito suis generis e disso é exemplo a imagem que aqui aparece numa tela sua, pintada a óleo, em que vemos uma mulher que deitada sobre uma praia de areias escuras recolhe os braços debaixo do peito e escondendo o rosto, mostra o seu corpo em plena nudez de costa, erguendo as pernas para o ar.
Apesar de a mesma se encontrar totalmente nua há um recato na sua imagem, talvez pela forma como a mesma esconde o rosto, os seios e a parte púbica, apenas mostrando as suas nádegas. Os pés juntos e erguidos fazem lembrar a posição de uma miúda que esconde a sua nudez por detrás de alguma timidez e pudor. Ao longe vemos um pequeno vislumbre de água.
Félix Vallotton ficou também conhecido pelos suas magníficas paisagens e  pôr do sol de uma luminosidade ímpar.
Esta bonita e misteriosa tela denominada de Banhista ou a Fonte é tal como  o tinha dito um óleo sobre tela e faz parte de uma Colecção Particular.
Seguem-se algumas das Paisagens deste pintor.





 
 

domingo, dezembro 01, 2013

Paul Walker

Paul Walker, morreu ontem com 40 anos. Eu gostava imenso dele não pelos filmes "Velocidade Furiosa"(saga que não aprecio) mas sim por um filme que quando o vi e mais tarde vi à venda adquiriu logo e que se chama "Antárctida- Da Sobrecivência ao Resgate"(2006).
 Adoro esse filme, não porque tenha algo de muito profundo , mas porque tem os cães mais fiéis e amorosos que me foram dados a ver em cinema, e porque o Paul Walker faz o papel de um homem que por causa de uma acidente no gelo é salvo pelos seus cães e tendo  que os deixar para trás não descansa enquanto não volta à Antárctida para os ir buscar. Lindo! Fiquei muito triste pela morte deste actor porque ele estava a dar mostra de crescimento cinematográfico começando a deixar para trás esses filme "a Vin Diesel" seguindo outros caminhos. O filme "Horas, um trilher, que irá estrear em Portugal em Janeiro do próximo ano dava provas disso mesmo. Que pena!
Outro James Dean a morrer dentro de um carro lançado a grande velocidade. E segundo consta nem era ele que ia a guiar. Enfim.... 
Vive depressa e morre ainda mais depressa... parece ser o lema desta nova geração!
Paz à sua alma.
Deixo aqui algumas imagens do seu último filme, "Horas".
 

terça-feira, novembro 26, 2013

O Emprego

Penso que da maneira que isto está em termos de desemprego, já faltou mais para entrarmos na situação aqui retratada por este magnífico filme de Santiago Bou Grasso.
 

sexta-feira, novembro 22, 2013

Henry Moore-Figura Reclinada

A excelente obra escultórica de Henry Moore encontra-se espalhada por quase todo o mundo.
Em Portugal podemos vê-la entre outros sítios,nos jardins da Gulbenkian e no Centro Cultural de Belém. São obras magníficas e todas com o traço inconfundível do artista, que é o de nunca se afastar da forma humana por  mais abstrata que a obra fosse. Assim, na escultura de bronze que aqui aparece podemos ver zonas cheias e vazias  dentro do corpo reclinado de uma esplendorosa mulher.
Henry Moore nunca pretendeu revolucionar  o mundo escultórico, pois, de facto, nesta obra e noutras da sua autoria o mesmo mostra ser herdeiro dos grandes nus que foram realizados ao longo dos  séculos e em que o mestre Rodin está sempre presente.
Uma obra grandiosa!

quarta-feira, outubro 30, 2013

Susana e os Velhos

A.Gentilechi-Susana e os Velhos
Susana e os Velhos é um episódio bíblico que serviu ao longo dos tempo como tema de pintura para muitos artistas, como foi o caso de: Rubens,
Tintoretto,
Rembrandt,
Guercino,
Sisto Badalocchio,
Lorenzo Lotto,
Artemisia Gentilechi,
Guido Reni,
Gerrit-Van-Honthors, Aniballe Carracchi, entre tantos outros.
É um episódio de cariz moral que nada mais é do que o triunfo da virtude sobre a cupidez e a calúnia. Este episódio bíblico reza assim: reza assim: 
Susana disse às jovens: «Trazei-me óleo e unguentos e fechai as por­tas do jardim, para eu tomar banho.» 
Fizeram o que ela tinha mandado e, tendo fechado as portas do jar­dim, saíram pela porta tra­seira, para irem procurar o que lhes tinha sido pedido; não sabiam que os anciãos estavam lá escondidos.
 «As por­tas do jardim estão fechadas, nin­guém nos vê. Nós ardemos de desejo por ti. Aceita e entrega-te a nós. 
Se não quiseres, vamos denunciar-te. Di­­re­­­mos que um rapaz estava con­tigo e que foi por isso mesmo que tu man­daste embora as criadas.» 
Su­sana bradou angustiada:
 «Estou su­jeita a aflições de todos os lados! Se faço isso, é para mim a morte. Se não o faço, nem mesmo assim vos escapa­rei. 
Mas é preferível para mim cair em vossas mãos sem ter feito nada, do que pecar aos olhos do Se­nhor.»
Susana vai a julgamento e é  o surgimento de  Daniel a mando de Deus que questionando os juízes sobre essa calúnia e acusação dão a possibilidade de todos conhecerem a falsidade da acusação e salvar Susana da morte.
É pois um episódio de cariz moralista que  que mostra que mesmo os mais velhos religiosos podem sucumbir às tentações da carne e que Susana ao não se entregar a esse assédio, mesmo correndo risco de vida teve a merecida recompensa por parte de Deus: O salvamento da sua vida e da sua alma, casta e pura.
Ora, este tema vai fazer as delícias de muitos pintores e tanto Rubens como Tintoretto, criaram belíssimas obras que nos dão também uma visão das várias escolas de pintura existentes na Europa. É no Museu do Prado que podemos ver algumas das obras destes pintores e do tema aqui em causa.
No filme aqui exposto, poderão então ver algumas das muitas obras que se criaram em torno deste tema.

segunda-feira, outubro 28, 2013

Capitão Philips

Ontem fui ver a última obra do realizador Paul Greengrass, este novíssimo "Capitão Philips" com um soberbo Tom Hanks no papel  principal coadjuvado com uns brilhantes actores novatos somalis que recrutados nas ruas de Nova Iorque recriam de uma forma fantástica o que aconteceu em 2009, quando o navio cargueiro  Maersk Alabama é tomado por 4  piratas  oriundos da Somália obrigando à intervenção de meios navais e aéreos para resgatarem Eric Philips das mãos desses 4 homens.
Quem vai ver os filmes deste realizador, (Ultimato, Sopremacia Bourne, Voo 93, entre outros) já sabe que vai ter muita acção, mas uma acção com pés e cabeça que é o que acontece aqui.
De facto e independentemente das polémicas que têm girado em torno deste Capitão Philips,( rola em tribunais americanos uma queixa contra Eric Philips, pelo facto do mesmo se ter abeirado demais das costas da Somália pondo em perigo o navio e a respectiva tripulação), penso que o realizador não 'toma as dores' de nenhuma das partes.
 Por todo o filme perpassa a ideia que todos têm as suas razões e se nos choca o modo como o navio é tomado e a postura desses piratas, tanto na perseguição tenaz que fazem  ao navio, assim como na sua tomada, não deixa de ser verdade que as condições de vida na Somália entregue a senhores da guerra extremamente violentos e  que não hesitam em atirar jovens rapazes para barcos potentes em busca de navios para assaltar e roubar, nos levam a  reflectir  e passar a ter uma visão bem mais ampla do que nos é dada quando no recesso do nosso lar vemos ou lemos com algum choque  que hoje em dia a pirataria grassa em certos mares e os cuidados que agora é preciso ter para que em algumas rotas marítimas os navios chegam sãos e salvos ao seu destino.
Apercebemo-nos também que a predação que existe no que se refere às pescas, feita por grandes navios pesqueiros depaupera que tal modo certas águas do corno de África que em  muitas dessas populações nada mais resta do que o saque. Esse saque é feito então a grandes navios que cheios de contentores que nos trazem tudo aquilo que necessitamos, nada mais são que uma grande possibilidade que poderá render a esses povos algum dinheiro, seja pelo roubo aos mesmos, seja pelo resgate dos seus tripulantes, como aqui acontece ao Capitão Eric Philips. 
Ora, o que  Paul Greengrass faz é precisamente mostrar ambos os pontos de vista em não é sem razão que logo no início do filme é-nos mostrado em  paralelo a partida do Maersk Alabama para fora do porto de Abu Dabhi com a partida dos piratas para o mar.
 São duas visões diferentes de uma realidade que se vão chocar em pleno mar. Quando ambos os homens se vêm através dos binóculos um tentando salvar o seu navio e fazendo tudo para se pôr em fuga e o outro arriscando a vida para saltar para dentro desse mesmo navio, o que ali está é um choque civilizacional em que a sensibilidade do realizador vai ao ponto de nesse momento não sentirmos qualquer aversão a esses piratas, mas somente pena por seres humanos tão jovens ( a média de idades desses piratas rondava os 18 anos!!!) arriscarem a sua vida por algo tão pouco, visto que o navio levava muito pouco dinheiro.
 São os efeitos de uma globalização, posto que esses povos com grandes carências a todos os níveis vêm passar continuamente nos seus mares grandes navios, carregados com tudo aquilo que eles nunca poderão ter e onde a cobiça se mistura com a extrema necessidade, criando o inevitável caos.
É pois nesse complexo xadrez, que vemos um magnífico Tom Hanks,  em confronto com o excelente Barkhad Abdi no papel de Muse o chefe dos piratas, que às páginas tantas se vêm atirados para algo que os ultrapassa num turbilhão de ideias e culturas diferentes que só poderia acabar em tragédia.
Não deixo de notar aqui que para mim os melhores diálogos são entre Eric Philips e Muse, principalmente dentro do pequeno navio salva vidas em que os piratas fogem com aquele último e que às tantas e em resposta ao desafio que Eric Philips faz a Muse para se render, deixar a pirataria e procurar uma vida melhor este responde de uma forma fatalista: Maybe America, Maybe America...
 Os 15 minutos do filme são  soberbos e penso que garantirão a Tom Hanks o Óscar de Melhor Actor.
Estão de parabéns o realizador, e todos os actores envolvidos nesta história verídica que deveria ser vista por muitos dos nossos jovens que agarrados a bens de consumo adquiridos por meia dúzia de euros, nem se dão conta de como outros jovens do outro lado do mundo vivem sonhando com uma  Europa  e uma América que tal como Muse apenas a verão por 33 anos dentro dos pátio de uma prisão. Um filme para  ver e  reflectir.



George Grosz- Cena numa Rua de Berlim

Se estivermos bem atentos a esta obra do artista alemão George Grosz, nascido na  em Berlim, a 26 de Julho de 1893  e falecido em  Berlim Leste, 6 de Julho de 1959, vemos uma cena muito pitoresca apesar do seu traço algo caricatural. Assim, temos uma muito elegante e bem vestida senhora  que de saltos altos e grande estola de pele sobre um bonito e bem traçado casaco claro, empina o seu nariz arrogantemente a um senhor de também boa aparência que retribui ao seu olhar piscando-lhe um olho. A cena passa-se numa rua de Berlim, que vai dar título ao quadro. Estes elegantes personagens estão tão interessados nessa troca de olhares e de piscadelas de olhos que não dão conta de um velho cabeçudo, de dentes amarelecidos, nariz vermelhusco e algo esquelético que lhes estende a mão pedindo uma moedinha.
Ora essa cena mordaz e caricata nada mais é do que uma crítica de George Grosz às terríveis condições de vida a nível social e económico que se vivia na sua Alemanha natal após a I Guerra Mundial.
Nesse sentido esta estranha e perturbante obra acaba por ser uma sátira à depravação do  período em causa e à miséria que grassava  neste seu país.
É também uma das muitas obras que este artista/caricaturista criou, mostrando dessa forma  uma sociedade decadente, com uma moral que deixava muito a desejar.
 De crítica em critica de caricatura em caricatura George Grosz acabou por emigrar para os E.U.A, onde prosseguiu o seu trabalho artístico, extravassando os seus ódios de estimação e combinando a sátira com o romantismo.Realço que este artista alemão tendo começado a sua carreira como caricaturista, acabou por se tornar membro do grupo Dada de Berlim, após o ano de 1918.
 Esta aguarela, tinta e óleo sobre papel denominada de Cena numa Rua de Berlim faz parte de uma Colecção Particular.

terça-feira, outubro 22, 2013

Jean-Baptiste S.Chardin-A Jovem Mestra



Gosto muito da obra de Jean Baptiste Chardin, e por isso não resisto a colocar aqui um post dedicado a este excepcional pintor francês.
J.Baptiste Chardin,   nasceu em Paris em 1699 e morreu na mesma cidade em 1779.
Chardin,  tornou-se conhecido pelas suas naturezas-mortas, mais concretamente pelas suas representações de frutos e animais. Com as cenas de cozinha ou cenas domésticas, Jean-Baptiste Chardin deu continuidade à tradição vida da pintura holandesa do século XVI, nomeadamente do grande pintor Jan Vermeer. A sua obra teve um impacto tal, que muitas das suas telas foram mais tarde levadas para o Museu do Louvre, emparelhando assim com os mais ilustres pintores de renome mundial.
Chardin, tinha um grande apreço pela representação de cenas domésticas francesas e a obra que aqui surge é espelho disso mesmo. Nela o artista pretendeu representar algo simples, e fê-lo mostrando-nos uma jovem mulher que ensina uma criança a ler.
Está dado o mote para um quadro em que o pintor não dá grande importância ao fundo. Este está pintado num tom esverdeado e nesse ambiente onde surge estas duas figuras nada havendo de mais importante que elas mesmas.
 É uma obra silenciosa, é quase uma natureza morta. O que vemos é uma mulher que está de tal modo representada que apreciamos de imediato o seu bonito perfil.  Segura algo na mão que a criança segue, introduzindo-se assim no mundo da leitura. Impera também a concentração tanto da figura mais velha como na da criança. A cor mais viva que aqui nos é mostrado é o verde das mangas do vestido da mulher e do chapéu que enfeita a cabeça da criança. Apesar de não ser uma obra muito viva e não muito rica de sentimentalismos, não deixa de nos tocar e ser eivada de alguma sensibilidade. Não admira que ela nos toque ao de leve, pois Jean Baptiste Chardin, é para muitos o maior pintor de naturezas mortas do seu tempo.
Esta lindíssima obra intitulada de A Jovem Mestra é um óleo sobre tela e pode ser apreciada no National Gallery de Londres.
No filme abaixo indicado poderão ver algumas das telas deste pintor, nomeadamente algumas das suas Naturezas Mortas.

terça-feira, outubro 15, 2013

Jean Boulogne-O Rapto das Sabinas

Há muitos anos atrás tive uma bonita estatueta que representava a obra de Giambologna, (batizado como Jean Boulogne), O Rapto das Sabinas. Eu adorava essa bela estatueta, em gesso branco oco, pelo estilismo da figura, suavidade e polimento  do material. Um malfadado dia e em brincadeiras com a minha cadelinha, ela dá um salto e sem querer bate com a pata no braço da sabina, desequilibra a estatueta e esta caindo no chão parte-se em dois.
 Fiquei destroçada porque eu gostava muito dela e por vezes dava por mim a contemplá-la e a apreciar a harmonia que o artista tinha colocada nesta cópia da obra de Giambologna.
 Nem tentei colar as peças porque não gosto de o fazer e pegando nos cacos embrulhei-os em jornal e pesarosamente pu-los no lixo. Há pouco tempo, estando a ver um filme dei com uma cena em que sobre uma mesa estava uma estatueta idêntica à minha e o mais engraçado é que a personagem também apreciava ficar sentada contemplado essa obra. Resolvi então escrever um pouco sobre este Rapto das Sabinas. Comecemos pelo autor.
Jean de Boulogne mais conhecido por Giambologna, nasceu em Douai na Flandres em 1529 e faleceu em Florença em 1608.Ficou conhecido por ter sido um dos mais perfeitos representantes da corrente Maneirista, assim como pelo facto de todas as suas obras terem muito movimento e muito bem polidas à superfície. A estátua O Rapto das Sabinas, assim como a de São Lucas, Mercúrio, Hércules e Vénus entre outras muitas peças maravilhosas de estatuária que podemos encontrar em muitas fontes e jardins por esta Europa fora, criaram-lhe grande prestígio entre os seus pares e não só. Ficou também sobejamente conhecia a energia que o este artista imprimia às suas obras, e de facto como podemos ver nesta  obra aqui presente, o movimento impetuoso da mulher, tornada compacta pelo forte abraço que a mesma sofre do romano que a segura e do musculado personagem que se agacha aos seus pés, criam em que vê a ilusão de alguém que se debate para fugir a este forte amplexo.
Contudo e o mais estranho nesta obra é que há em toda a estátua uma suavidade de polimento que nos convida a observá-la de vários ângulos. A gesticulação muito viva da mulher, as mãos abertas e a expressão dos seu rosto, levam-nos a sentir que a mesma tenta a viva força escapar de quem a prende. Toda a triangularidade da obra como se foca nesse movimento feminino e essa intensa energia que vão caracterizar toda a obra deste artista vão ser muito do estilo Maneirista. Gean Boulogne foi também muito influenciado por Miguel Ângelo adaptando as formas escultorais e muito vigorosas deste último, criando assim e a seu modo uma nova espécie de fluidez e elegância na sua escultura.
Uma obra esplendorosa!


sábado, outubro 12, 2013

Hanna Arendt

Com realização de Margarethe von Trotta, realizadora alemã e conhecida pelos papéis que desempenhou em alguns filmes de Rainer Werner Fassbinder e também pelo magnifico "A Honra Perdida de  Katharina Blum" aqui já na qualidade de realizadora, estreou em Portugal  desde a semana passada, o seu último filme denominado de Hanna Arendt.
Fui vê-lo e adorei o filme. Como atriz principal temos uma irreconhecível Barbara Sukowa, actriz fetiche da realizadora e que consegue criar uma magnifica Hanna Arendt, não só na postura corporal, como na intensidade do olhar nos tiques e até no modo como esta segurava os inúmeros cigarros que fumava ao longo do dia. A actriz que faz de Hanna quando nova está muito bem caracterizada e todo o filme consegue prender-nos do princípio ao fim. Partindo do obra que esta filósofa/política escreve após ter assistido ao  julgamento do nazi Adolf Eichmann, vemos a batalha que a mesma travou com todos aqueles que se escandizaram com o que ela escreveu a propósito da 'banalidade do mal'. Para quem ama a filosofia como eu ver este filme é uma aula de anfiteatro. Estupendo! A cena final é de antologia, posto que o que ali assistimos é a prova do porquê de  Hanna Arendt ser ainda hoje tida como uma das grandes filósofas/pensadoras do nosso século.
Um filme estupendo. Recomendo vivamente. Um magnífico hino ao livre pensamento humano.


quarta-feira, outubro 09, 2013

A Beira de um Ataque de Nervos-II

E.Munch-Ashes
Depois de ter descoberto que a minha rica casinha chorava devido a rupturas na canalização da água fria e que depois descobriram que também havia na canalização da água quente, e ao fim de estar vários dias à espera dos canalizadores, eis que eles apareceram desde a semana passada para consertar a dita ruptura.
 Começou então o inferno do arranjo e às páginas comecei a pensar  que era melhor era estar mesmo com a água a correr das paredes. Isso porquê? Porque se a minha casa chorava agora grita.
O barulho do  martelo nas paredes, o esventrar das ditas cujas para pôr à mostra a maldita ruptura é de dar com qualquer um em doido, neste caso em doida! Acresço a isso, o facto de ver o meu hall de entrada transformado num estaleiro de obras em que o entulho se mistura com fios portas tiradas, paredes esburacadas e onde se vê canos enferrujados, homens de assobio fácil, fumo de cigarros fumados à escondida de mim, pó por todo o lado, o chão numa lástima, etc, etc.
Resolvi ficar Zen e não me ralar com nada disso. Respirei fundo e meti-me no meu escritório. Fechei a porta da cozinha onde nada faço porque está tudo cheio de pó, fechei o meu quarto e não uso a casa de banho porque não tenho água. Quando quero algo vou à casada minha simpática vizinha.
 Há pouco fui lá para poder servir-me da sanita e aproveitei para dar dois dedos de conversa com ela. Ofereceu-me a casa para se eu precisar dormir lá e comer. Ainda há gente boa. Declinei o convívio e voltei ao 'estaleiro'. Quero estar aqui para os rapazes não 'dormirem na fila'. Dizem-me que hoje a canalização fica pronta. Como o chão está uma lástima, depois virá cá uma outra equipa dar conta desse assunto. Vai ser outro horror. Afagamentos e envernizamentos!
 Antes terão que rebocar as paredes e pintar. Só depois disse se seguirá o chão. Tenho obras até ao fim de Outubro. Espero que continue o bom tempo, ele dá-me ânimo e força anímica para aguentar isto. Poderia ser pior. Uma doença é bem pior, dizem-me os amigos. Mas eu este ano também já tive problemas de saúde e por isso dispensava bem que a minha casa resolve-se imitar-me. Gostaria era que ela estivesse como estava, mas infelizmente não está, e por isso tenho que aguentar firme e hirta.
Como disse no post anterior em que comecei a relatar este pesadelo...dias melhores virão!
 Haja paciência!  

terça-feira, outubro 08, 2013

T. Chassériau-Um Banho no Serralho

Théodore Chassériau (1819-1856) é a meu ver um pintor excepcional. Tendo morrido muito novo aos 37 anos de idade, este artista francês nascido em Samaná na  República Dominicana, legou à posterioridade obras lindíssimas, abrangendo vários temas e detendo-se com grande cuidado no nu feminino que executou primoriosamente, com grandes detalhes, e belíssimos tons cromáticos. Partindo de temas  e influências orientalistas legadas pelos pintores românticos T.Chasseriau em muitas das suas telas fez uma reflexão sobre os costumes abrangendo variantes: banhos, odaliscas, escravas, mercadores, etc. Pegando na temática muito cara a outros pintores nomeadamente Ingres, Chasseriau vai integrá 
-la dentro de um ambiente árabe, criando telas de extraordinária riqueza de cores e luminosidade, que fazem com que quase nos sintamos dentro das mesmas, como atesta a obra aqui presente. Simplesmente magnífico.

terça-feira, outubro 01, 2013

Por Detrás do Candelabro

Há dias fui ver o o filme Por Detrás do Candelabro, a nova obra do realizador Steven Soderbergh e gostei muito. O filme tem uma história curiosa. Foi produzido pela cadeia de televisão HBO e era para passar na televisão num telefilme. Mas a páginas tantas a coisa começou a ter um êxito tal, que passou para o grande écran. Soderbergh a meu ver tem vindo a afirmar-se como um dos grandes realizadores da actualidade. Há dias vi na televisão uma obra sua feita há um ano, Contágio e adorei o filme. Se eu tinha algumas dúvidas que ele era um bom realizador essas dúvidas esfumaram-se a ver este filme. Na altura e apesar de já gostar desse realizador achei que o filme seria mais um sobre  vírus altamente contagiosos, mas não é assim. O filme foge a esse padrão tão habitual em outros filmes e paulatinamente vamos vendo que estamos perante um bom filme, muito reflexivo,muito seguro e bem realizado.
Foi então com redobrada curiosidade que fui ver esse esse biopic denominado de  Por Detrás do Candelabro que retrata alguns anos da vida deste fenomenal  entretainer e pianista que foi Liberace. Com Michael Douglas no papel de Liberace, um papelão digo -vos já, visto que este último se transfigura por completo seja a nível da voz (já ganhou com esse papel um prémio de televisão, juntamente com o realizador) seja pelos maneirismos do corpo, e com Matt Damon, num personagem muito longe daquilo que estamos habituados a ver, este filme é mesmo bom.
 Eu já conhecia alguns dos aspectos da vida de Liberace, nomeadamente a sua homossexualidade e o quanto ele era bom à frente de um piano,visto ter há muitos anos assistido pela televisão um dos seus espectáculos, mas o filme mostra-nos uma faceta tão negra e tão estapafúrdia da vida deste homem que saí do cinema impressionada com estas vidas tão   cheias de poder, dinheiro, alegria, mas ao mesmo tempo impregnadas de tragédia e que no fim é sempre o corpo a pagar por todos esses múltiplos excessos.
S. Soderbergh não está com meias medidas, e com paninhos quentes. Mostra o que tem a ser mostrado e vemos que os candelabros que enfeitavam os salas de espectáculos por onde Liberace actuava e que estavam até por cima dos seus inúmeros pianos , escondiam uma vida que por vezes roçava o patético e onde a extravagância era levada ao cúmulo do mesmo Liberace exigir que o seu parceiro sexual, tivesse que mudar de rosto para se assemelhar ao seu! Incrível!
Recomendo vivamente.

segunda-feira, setembro 30, 2013

Lady Gaga-Applause

O meu aplauso para um dos melhores vídeo clips que me foram dados a ver. Grande Lady Gaga!

sexta-feira, setembro 27, 2013

À Beira de Um Ataque de Nervos-I

E.Munch-O Grito
Eu sou muito caseira. Tenho uma ligação muito grande com  a minha  casa. Tenho muita dificuldade em mudar-me dela. Liguei-me a ela e enraizei-me. Talvez devido a isso, tenho muita admiração por pessoas que estejam constantemente a mudar de sítio, ou porque a renda ou a localização é melhor ou porque não se agarram a nada e simplesmente pegam na família e nos móveis e vão para outro lugar, quase sempre melhor, porque penso que ninguém se muda para ficar pior a não ser mesmo por estrita necessidade, o que actualmente  e infelizmente até tem acontecido muito. Pelos motivos acima assinalados estou mesmo em baixo porque a minha casa tem uma ruptura de canalizações e simplesmente....chora.
 Chora  porque sai água das paredes, sai água do chão, cai água na vizinha de baixo e ninguém consegue parar esse choro. Eu choro por ela, em solidariedade com ela. Estou assim há oito dias, desde a semana passada, quando a minha vizinha veio tocar à minha porta queixosa do que lhe estava a acontecer e pedindo  para eu ir lá abaixo ver o 'bonito serviço'  que a minha casinha estava a fazer à dela. Eu lá fui e não gostei nada do que vi. A pobre senhora estava constantemente a apanhar água que escorria da parede, e ela própria também já chorava. Veio a administração com o canalizador. Este último, que parecia perceber e muito da coisa em causa...começou logo a falar de partir paredes, e eu que na minha ingenuidade pensava que esse partir  paredes seria na escada fiquei logo desenganada, pois o mesmo tratou logo de dizer que a partir coisas era mesmo dentro da minha rica casinha!
 Fiquei em estado de choque pois isso de partir coisas não é comigo. Sou de paz e ver a minha casa a levar com um escopo e um martelo, a ser quebrada até se ver os malditos canos que vertem  desalmadamente e sem qualquer dó nem piedade por mim, põem-me simplesmente doente.
O pior ainda estava para vir. O meu chão que é em  madeira envernizada, num ataque de  solidariedade para com as paredes começou a inchar devido à água que se infiltra nele. O hall começou a estar em tal estado que eu mal conseguia andar. Há dois dias tropecei e estatelei-me no chão! A dita água, malandra e insidiosa começou a alastrar-se para uma das salas e também ali começou a aparecer 'barrigas de 3 meses'. Foi onde caí!
 Ora toma lá e tem mais cuidado a andar na tua própria casa!
O estalar do chão começou a ser audível e em desespero comecei a deprimir-se seriamente. Ontem veio outra vez o canalizador. Também ficou em estado de choque ao olhar para a minha casa. Esqueci de vos dizer que tudo isso se deve porque simplesmente eu espero há dias pelo perito dos seguros que ainda não fez a sua aparição, que a meu ver deve ser em grande, pois a espera assim mo leva a crer! O canalizador para eu não cair  outra vez e com muita pena de mim, fez o favor de me tirar alguns dos tacos do chão e aconselhou-me a pô-los a secar pois terei de os aproveitar, porque senão vou ter que colocar outro chão novo, coisa que nem me passa pela cabeça. Quando eu ia colocar o chão a secar no pátio que eu tenho, S.Pedro resolveu fazer a sua aparição  e começou a chover de grande! Como vêm é tudo a ajudar-me!
Resolvi então colocar alguns tapetes que ajudam não só a ensopar a água do chão como também não me farão cair devido à irregularidade do chão. Também tenho alguidares a apanharem agua que cai do teto...enfim...estou bem sitiada!
Continuo à espera dos peritos, continuo a espera que se faça algo. Tenho a casa num belo estado.
 Não convido ninguém para ela porque o cheiro a humidade e o estado em que ela está aconselham-me é a ir para um hotel Spa e ficar lá até que alguém me telefone e me diga que tudo está resolvido, que tudo já está arranjadinho, tapadinho,  arrumadinho e pintadinho e que posso regressar feliz e contente  à minha casinha. Num mundo perfeito era assim que devia acontecer. Neste mundo cão, e de peritos dos seguros  que não aparecem, terei é de aguardar e desesperar-me sempre na esperança que dias melhores virão.

quarta-feira, setembro 25, 2013

Gravity

Com a realização de Alfonso Cuarón e guião de Jonas Cuarón,(filho) está para breve a estreia em  Portugal o muito aguardado Gravity, um filme cujas estrelas maiores são George Clooney e Sandra Bullock, num papel não muito habitual na filmografia desta última,  ou seja a ficção científica. Gravity teve a sua estreia no Festival de Cannes com boas criticas. Há quem já o compare ao mítico 2001: Uma Odisseia no Espaço, de S.Kubrick, devido à solidão  e ao silêncio da fria escuridão espacial. 
O enredo mostra-nos  o que acontece quando dois astronautas se vêm confrontados com um acidente fora da nave espacial ( o problema dos detritos espaciais), e de repente são atirados para o espaço, tendo apenas como abrigo a vastidão desse mesmo espaço, a escassez de oxigénio e a certeza que dificilmente dali sairão com vida. Pelo trailer dá para ver que temos uma grande obra de ficção científica para quem tal como eu ama este   género de filmografia.
Que venha o filme!

sexta-feira, setembro 20, 2013

Ramon Casas-A Hora Do Banho

A Hora do Banho
Ramon Casas pintor espanhol, nascido em 1866 e falecido em 1932, ficou sobejamente conhecido pelos seus retratos, inúmeras caricaturas e pinturas que retratavam a elite social, intelectual e económica de Barcelona, sua terra natal, mas também de Madrid e de Paris cidades que visitava regularmente.
 Foi um percursor do modernismo espanhol, além de um exímio desenhador gráfico. O que eu mais gosto neste pintor não são dos seus nus, mas sim das suas obras que retratam cenas intimistas da vida quotidiana. nisso ele foi um excelente artista e soube tirar bom partido dessa sua faceta, conseguindo comercializar as suas obras com relativa facilidade.
 Na obra que aqui surge, vemos uma mulher que de despe, para o banho.
A cor predominante na tela é o branco do vestido que a mesma tira. Ela está de perfil, e com os cabelos apanhados ao alto. Do lado direito vemos um mecanismo que lhe permitirá ter água quente e a cor de bronze em contraste com o vestido branco, tornam a tela muito apetecível ao olhar do espectador. Este pintor teve a mestria de pintar telas muito bonitas e singelas em que de uma maneira geral retratava cenas familiares, do quotidiano, de festas com grande pormenor e carinho pelos seus modelos.

Ramon Casas
No filme que aqui se   presenta poderão apreciar um pouco mais a excelência deste pintor.

terça-feira, setembro 17, 2013

A Noiva Prometida

Vou ser parca em palavras.
 Este filme é imperdível.
Este filme é lindíssimooooo!
 Este filme é uma obra de Arte em estado puro.
 A actriz principal, de seu nome Chayim Sharir, ganhou o prémio de cinema  da  Bienal de Veneza na categoria de Melhor Actriz.
A realizadora, Rama Burshtein é alguém que conhece muito bem a realidade aqui retratada, o modo de vida de uma comunidade de judeus ultra ortodoxos.
Em Lisboa o filme está no cinema King, do grupo Medeia filmes. Ide vê-lo e terão perante vós um dos melhores filmes que estão aí em cartaz. O filme que vos falo é o A Noiva Prometida.
E mais não digo.